Fale conosco pelo WhatsApp
Prática de corrida depois de uma consulta de cardiologia para atletas

Os atletas profissionais podem ser acometidos por cardiopatias, o que eleva o risco de morte súbita. A avaliação junto a um cardiologista para atletas é a melhor forma de prevenir a morte súbita. As sociedades de cardiologia do mundo possuem protocolos de avaliação do atleta, visando reduzir o risco desse trágico evento.

O cardiologista para atletas tem sua atuação voltada na identificação de doenças clínicas e cardiológicas que diminuem o rendimento desses atletas, assim como em cardiopatias que podem resultar em uma situação mais grave, como é o caso da morte súbita.

Enganam-se os que pensam que a morte súbita afeta apenas os atletas em idade superior aos 35 anos, por exemplo. Nas mais diversas modalidades, atletas jovens com menos de 35 anos podem apresentar complicações cardíacas muito graves com alto risco de morte súbita. Geralmente são doenças genéticas relacionadas à alta incidência de arritmia ventricular maligna, como a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular sem pulso, modalidades de parada cardiorrespiratória tratadas pelo cardiologista de atletas.

Um caso recente, ocorrido em maio de 2019, quase resultou na morte do jogador Vitor Flexa de Araújo, de 17 anos. O atleta, jogador do clube Avaí de Florianópolis, estava treinando junto aos seus colegas de elenco quando teve uma síncope (desmaio ou mal súbito) e caiu inconsciente no campo de treinamento. Ele precisou ser reanimado pela equipe médica do clube composta por médico cardiologista especializado em atletas e demais socorristas, sendo que as manobras de ressuscitação duraram cerca de 20 minutos e foi necessário utilizar um desfibrilador para reverter a arritmia ventricular maligna.

Há quase 15 anos um dos casos que ficou marcado na mente dos amantes do esporte foi o do jogador Serginho do São Caetano, que sofreu uma parada cardiorrespiratória após 15 minutos do início de uma partida no estádio do Morumbi, em São Paulo, e não resistiu. O jogador Serginho sofria de miocardiopatia hipertrófica assimétrica, doença genética, hereditária, altamente relacionada à arritmia ventricular maligna induzida por esforço físico. Essa é a causa mais frequente de morte súbita em atletas menores de 35 anos no Brasil.

Na opinião do cardiologista para atletas, Dr. Henrique Grinberg, a avaliação pré-participação e as consultas periódicas de promoção da saúde desses esportistas poderiam minimizar casos como esse. Segundo o cardiologista, consultas e exames simples podem identificar cardiopatias de alto risco para arritmias cardíacas.

Exames básicos no acompanhamento com cardiologista para atletas

Exames de cardiologia para atletas
  • Consulta clínica com cardiologista para atletas;
  • Eletrocardiograma;
  • Teste ergoespirométrico;
  • Ecocardiograma de repouso;
  • Holter de 24hs;
  • Exames de sangue.

Principais causas de morte súbita em atletas

  • Miocardiopatia hipertrófica: é uma doença genética, hereditária e caracterizada pela hipertrofia e fibrose das células do coração, alterando a estrutura cardíaca e predispondo às arritmias malignas e insuficiência cardíaca.
  • Displasia arritmogênica do ventrículo direito: é uma doença genética, hereditária, mais comum na região do nordeste da Itália, caracterizada por infiltração gordurosa na parede do ventrículo direito, fibrose, aneurismas ventriculares e grande potencial arritmogênico esforço induzido.
  • Anomalia de coronária: as coronárias podem ter diferentes trajetos anômalos por variação anatômica congênita. O trajeto interarterial em que a coronária passa entre as artérias pulmonar e aorta pode ser comprimido durante o esforço, obstruir e levar a isquemia e arritmia ventricular maligna.
  • Doença de canais iônicos (canalopatias): diversas doenças compõem esse grupo. Alterações de canais iônicos como a síndrome de Brugada e a síndrome do QT longo são causadoras de arritmias ventriculares malignas e podem ser identificadas por um simples eletrocardiograma.
  • Doença arterial coronariana (DAC): atletas maiores de 35 anos têm como principal causa de morte súbita o infarto agudo do miocárdio que é a manifestação aguda da DAC.

Devemos destacar que os atletas de alta performance e principalmente de modalidades de endurance costumam apresentar adaptações cardíacas denominadas como Síndrome do Coração de Atleta, podendo desenvolver a Síndrome do Excesso de Treinamento. São características da Síndrome do Coração do Atleta:

  • Diminuição da frequência cardíaca (FC): O sistema nervoso autônomo parassimpático predomina sobre o sistema adrenérgico. É chamada vagotonia que leva à FC e a pressões arteriais menores.
  • Hipertrofia do miocárdio: O coração do atleta pode se hipertrofiar da mesma forma que sua musculatura esquelética. Além da hipertrofia há dilatação das cavidades cardíacas e manutenção da função     ventricular, o que chamamos de hipertrofia. Muitas são as formas de diferenciar uma hipertrofia fisiológica da patológica, e o cardiologista para atletas deve ser capacitado para isso.

Esses são apenas alguns assuntos tratados pelo cardiologista para atletas. Caso ainda tenha restado questionamentos, agende uma consulta com o Dr. Henrique Grinberg, especialista em cardiologia esportiva.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte;

Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (Sobrac);

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Em casos de emergência        (11) 95960-9698